Adorei a viagem que a Quenia fez com o marido para Torres del Paine. Primeiro, porque foi muito bem planejada, com espaço para imprevistos e mudanças de planos, e econômica na medida do possível. Segundo, porque a Quenia e o Reginaldo, que têm 50 anos, enfrentaram a trilha de 8 horas até a base das torres numa boa! Bravo! Eu, que tenho 29 e pensaria umas mil vezes antes de encarar aquilo lá, já aproveitei a inspiração para cortar a sobremesa.
Se animou? Vai pela Quenia (e depois dê uma passadinha no ótimo blog dela e do maridão Reginaldo, o Viagens por aí):
Viajar a Torres del Paine não é barato, e é longe. Não pretendíamos passar dias caminhando e acampando. Uma das opções seria ficar em um dos hotéis "chiques" no parque, que incluem traslado, pensão completa e passeios. Também havia a possibilidade de ficarmos hospedados em Puerto Natales e participar de passeios em grupo no estilo bate-volta ao parque. Ou então poderíamos nos hospedar em hotéis mais simples, para os quais inicialmente não encontrei boas referências. Após mais pesquisas, descobri a Estância Tercera Barranca, nova no Booking, com poucas e boas avaliações. Gostamos muito de pequenos hotéis, o valor da diária era bom comparado aos demais, e aí arriscamos.
Prezamos liberdade, gostamos de descobrir restaurantes, conhecer pessoas e optamos por alugar um carro em Puerto Natales e passar dois dias visitando o parque, hospedados na Estância.
O trecho São Paulo/Santiago/São Paulo compramos pela TAM e o trecho interno Santiago/Punta Arenas/Santiago pela Sky Airline, que é uma ótima cia. aérea.
Algumas horas em Santiago
Vista do Cerro Santa Lucía
Nosso destino foi Torres del Paine, porém a viagem é longa. Chegamos a Santiagopor volta das 12h, horário local. Nesta época, em função do horário de verão, o fuso horário era de 1 hora mais cedo do que no Brasil. O vôo para Punta Arenas sairia somente às 22h. Decidimos almoçar em Santiago. Já que não foi possível fazer o check-in e despachar as malas tão cedo, deixamos as malas no aeroporto ao custo de 5.000 pesos por duas malas. Há uma tabela, mas é possível negociar o valor.
Pegamos o ônibus Centropuerto, que custa 1.600 pesos por pessoa (dica dos blogs Viaje na Viagem e Matraqueando). O ônibus é bom e com ar-condicionado. Descemos na estação de metrô Pajaritos e seguimos para estação Universidad Católica, onde fica o Bairro Lastarria. Não conhecíamos este bairro, é tipo Vila Madalena (São Paulo), onde há muitos restaurantes. Almoçamos no restaurantePeztoro, que fica em um cantinho bem charmoso.
Após o almoço, saímos para conhecer o bairro, que é interessante. Depois fomos ao GAM – Centro Gabriela Mistral, que é um espaço cultural onde há exposições, shows e eventos em geral. No final da tarde fomos até o Cerro Santa Lucía, que também não conhecíamos, é bonito e tem uma vista linda de Santiago.
Retornamos ao aeroporto no mesmo esquema: metrô até a Estação Pajaritos, e desta vez pegamos o Turbus, que custa 1.900 pesos por pessoa e é bom também.
Punta Arenas
Punta Arenas
Após quatro longas horas de vôo, chegamos a Punta Arenas às 2h15 da madrugada. O aeroporto é pequeno e bem organizado. Pegamos um táxi para o Hotel Patagonia B&B. Custou 9.000 pesos por ser de madrugada, durante o dia o preço é 7.000 pesos.
O Hotel Patagonia B&B (diária a US$ 80) é simples, limpo, simpático e bem localizado. A vista do quarto é maravilhosa e a cama muito boa.
Ficamos surpresos com Punta Arenas. É uma cidade bonitinha. Fomos recebidos por um vento que achamos que iríamos voar, chuva com sol e sol com chuva. É bem frio.
A cidade é pequena: você tem a Plaza de Armas, a catedral, o mirador Cerro de la Cruz e, mais distante, o cemitério que é um ponto turístico também.
Comemos muito bem nos restaurantes La Luna e La Marmita; este último é muito especial.
No dia seguinte, pegamos um ônibus da Bus Fernandez, às 9h, para Puerto Natales. São 3 horas de viagem em um ótimo ônibus e custou 5.000 pesos por pessoa.
Puerto Natales
Puerto Natales
Puerto Natales é a cidade mais próxima para ir ao Parque Torres del Paine. Chegamos lá debaixo de chuva e muito frio.
O B&B Keoken (diária a US$ 135), onde ficamos hospedados, é bom e o atendimento é excelente, mas achamos caro.
Almoçamos no restaurante Cormoran, que tem uma linda vista, um serviço regular e a comida é boa com exceção da entrada, pois pedimos um polvo que estava muito duro.
Puerto Natales é assim: as poucas pessoas que estão na cidade durante o dia estão alugando equipamentos, barracas para acampar no parque. A cidade renasce no final da tarde, quando as pessoas retornam dos passeios.
Neste dia retiramos o carro que havíamos alugado, pois programamos sair bem cedo no dia seguinte para ir ao Parque Torres del Paine.
Parque Nacional Torres del Paine
Lago Grey
Reserva da Biosfera pela UNESCO desde 1978, o parque tem uma área de aproximadamente 227.000 hectares. Seu principal atrativo é a Cordilheira Paine. Há alguns animais selvagens como ñandu (tipo avestruz), guanaco, huemul (animal símbolo do Chile), condor, entre outros.
Cueva del Milodón
Saímos de Puerto Natales logo cedo e no caminho ao parque paramos no Monumento Natural Cueva del Milodón, que fica a 25 km de Puerto Natales na Província de Última Esperanza. É um sítio arqueológico onde habitaram os primeiros homens patagônicos. Neste local foi descoberto em 1895 restos do milodón (preguiça gigante), um animal extinto. Custo: 8.000 pesos por pessoa.
Após 1h30 chegamos ao parque pela Portaria Serrano, no caminho lindas paisagens.
A entrada do Parque custa 18.000 pesos por pessoa (com direito a 3 dias de visita). É feito um cadastro e fornecido um mapa.
Glaciares no Lago Grey
O primeiro lugar que visitamos foi o Lago Grey, que é encantador. Os glaciares são de emocionar. Vale a pena. Há uma trilha que só não é fácil porque há muito vento e isto dificulta bastante. Ida e volta mais ou menos 2 horas. Não deixe de fazer.
Programamos seguir para o Salto Grande e no caminho só lindas paisagens.
Lago Nordenskjold
No Salto Grande fizemos uma trilha até o Lago Nordenskjold, que é maravilhoso. Você fica em frente ao Los Cuernos. Esta caminhada é fácil, ida e volta 2 horas. O impressionante é que cruzamos com um grupo de idosos, na faixa dos 75/80 anos, todos com stickers e animados. Achamos o máximo!!!
Estância Tercera Barranca
Após esta trilha fomos para Estância Tercera Barranca (US$ 175 a diária), pois já era 19h30. O bom de viajar no verão é que o sol se põe por volta das 21h30. A Estância não é tão perto do parque. Fica aproximadamente a 1 hora, mas o caminho é bonito.
Estância Tercera Barranca
A Estância é um lugar simples, mas fomos muito bem recebidos pelos funcionários super simpáticos. A calefação do nosso quarto não era boa e havia um cheiro gás. Achamos o jantar caro se comparado a Santiago e às demais cidades - 40 dólares por pessoa para uma sopa de legumes com carne, panquecas de espinafre e gelatina de pêssego. Depois de passar o dia todo caminhando, você não tem alternativa, você está longe de tudo e precisa se alimentar. Confesso que valeu cada centavo. Reservas através do Booking (mais barato) ou da agência que fica em Puerto Natales.
No dia seguinte, fomos ao parque para fazer a trilha até as Torres del Paine. Iniciamos a trilha debaixo de muita chuva.
No final da trilha, por volta das 19h, o sol brilhava. Foi demais!!!
Leva cerca de 8 horas de caminhada, é exaustivo, lindo, esplendoroso e se você tem saúde e disposição deve fazê-lo. Não encontro palavras para descrever tamanha beleza.
Este lugar não está só gravado em minha memória, e sim em meu coração.
Para a caminhada, recomendo usar uma bota para trilha. Eu tenho uma novinha que andei um pouco antes de ir. Quando cheguei no Chile senti meu pé doendo e algumas pequenas bolhas apareceram. Ainda bem que troquei pelo meu lindo tênis que me acompanhou em todas as trilhas, sem machucar meu pé, no entanto não protege e escorrega. Muita atenção com o calçado.
De volta a Puerto Natales
Puerto Natales
Havíamos decidido ficar 2 dias em Puerto Natales, pois deixei um dia a mais para qualquer eventualidade. Confesso que foi bom passear com calma em uma pequena cidade do fim do mundo onde cruzamos com pessoas de todos os cantos do planeta.
Chegamos lá por volta das 14h e fomos à Patagonia Dulce tomar um cafezinho e comer uma maravilhosa torta de limão. Seguimos para o hotel Hallef (US$ 110 a diária), onde deixamos as malas e fomos até o Terminal de Ônibus Fernandez para comprar passagens para Punta Arenas.
Jantamos no Restaurante Afrigonia (Calle Eberhard, 323) que é uma delícia, comida elaborada, ambiente charmoso e excelente atendimento.
Puerto Natales
No dia seguinte, decidimos alugar bicicletas e fomos passear no entorno da cidade. Foi um belo passeio, apesar de termos encontrado lixo nas estradas que passamos. Valor: 4.000 pesos por pessoa (4 horas).
No último dia, caminhamos pela cidade, almoçamos no Mesita Grande, que é uma pizzaria e casa de massas que possui uma mesa grande onde as pessoas sentam uma ao lado da outra, é uma maneira de conhecer pessoas. Gostamos muito, comemos uma massa super gostosa e nos despedimos de Puerto Natales.
Nosso ônibus saiu às 14h30 e nos deixou no aeroporto de Punta Arenas as 17h15. Nosso vôo para Santiago saiu às 19h.
Mais 2 dias em Santiago
Rua no bairro Providencia, Santiago
Chegamos a Santiago por volta das 0h. Havia reservado o Transvip (traslado para o hotel em van). Serviço muito bom, estavam nos aguardando e é mais barato que táxi. Se você viaja sozinho é uma boa dica. Custo 6.000 pesos por pessoa.
Em Santiago costumamos ficar no Vila Franca (US$ 100 a diária) que é um pequeno hotel no bairro Providencia. Os quartos são bem pequenos, mas é um lugar charmoso, é como se estivéssemos hospedados na casa de uma família. A proprietária é muito atenciosa e como já ficamos hospedados lá algumas vezes, ela sempre faz uma surpresa e claro que nós gostamos. Estava muito quente em Santiago e não há ar-condicionado nos quartos, portanto sentimos calor.
Como tínhamos praticamente um dia em Santiago, fomos visitar o Museu dos Direitos Humanos (gratuito) que é bárbaro, vale a pena visitar. Na entrada da exposição há os detalhes de cada país que tem organizado comissões que avaliam e reportam as agressões aos direitos humanos e depois a história do Chile. É de emocionar!
Almoçamos no Del Cocinero (Av. Pedro de Valdivia, 41) que é um excelente restaurante, já havíamos jantado lá em outras viagens a Santiago. No almoço há um menu por um preço honesto.
À tarde fomos conhecer o novo shopping Costanera Center que também fica no bairro Providencia. Não gostamos, além de o ar-condicionado ser fortíssimo, é um lugar que não acolhe e a sinalização é péssima.
Jantamos no Restaurante/Bar Bahia Pilolcura (Calle Antonio Bellet, 100), indicado pela dona do hotel. Confesso que não entraria se ela não tivesse indicado. Lugar simples, mas fomos bem atendidos e a comida é ótima com um preço bem honesto. Eu comi um ceviche de camarão e o Re uma torta de jaiba (tipo de uma casquinha de siri).
Para almoço de despedida, elegemos o Liguria. Meu marido gostou da fachada do lugar. O restaurante é ótimo, comida excelente, ambiente agradável e atendimento muito bom e preço justo.
Excelentes dicas, Quenia!
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