Raro ‘fóssil vivo’ é visto pela primeira vez após 30 anos
Parentes distantes de lulas e chocos, nautilóides são uma linhagem antiga, muitas vezes apelidada de “fósseis vivos”, porque suas conchas aparecem no registro arqueológico por mais de 500 milhões de anos. Eles sobreviveram às duas das maiores extinções em massa do planeta. Agora, os pesquisadores descobriram um raro nautilóide chamado Allonautilus scrobiculatus pela primeira vez em três décadas.
O allonautilus foi descoberto pela primeira vez em 1984 na Ilha Ndrova, em Papua-Nova Guiné, por Bruce Saunders. Ele e Peter Ward, ambos da Universidade de Washington, recolheram vários espécimes e descobriram que eles eram de uma espécie nova com base em suas brânquias, mandíbulas, forma da concha, e estruturas reprodutivas masculinas. O animal foi visto mais uma vez em estado selvagem em 1986, e não foi visto novamente até julho deste ano, quando Ward voltou ao Pacífico Sul para inspecionar as populações de nautilóides.
omo nautilóides são caçadores, a equipe estabeleceu sistemas de isca todas as noites – peixe e carne de frango foram suspensos entre 150 e 400 metros abaixo da superfície e, em seguida, os arredores foram filmados por 12 horas. “Havia cerca de 30 indivíduos envolvidos e cada dia todos nós víamos os filmes da noite anterior com velocidade de 8X.
Uma noite, imagens tiradas ao largo da costa da Ilha Ndrova revelaram que o Allonautilus estava se aproximando da isca. Outro nautilóide se juntou, e os dois lutaram até que um peixe-lua chegou. “Nas próximas duas horas, o peixe-lua só ficava batendo-lhes com o rabo”, acrescentou Ward. Para pegar um, a equipe usou armadilhas a uma profundidade de cerca de 180 metros. Uma vez que os nautilóides foram trazidos para a superfície, a equipe mediu os animais e recolheu um pequena amostra de tecido e de mucosas antes de liberá-los de volta.
“Algumas características do nautilóide – como o escudo dando-lhe o rótulo de fóssil vivo – não mudaram por um longo tempo, mas outras partes sim”, explicou Ward.
Eles também descobriram que muitas populações de nautilóides estão isoladas uma das outras – geneticamente e ecologicamente – porque eles só podem habitar uma estreita faixa de profundidade do oceano. “Eles nadam pouco acima do fundo de onde quer que estejam”, disse Ward. “Assim como submarinos, eles “falham” ao ir muito fundo, podendo até morrer, e as águas superficiais são quentes demais, de modo que eles normalmente não podem ir lá em cima.
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