Origens do ‘Evangelho da Esposa de Jesus’ estão mais próximas de serem reveladas
A verdade sobre o ‘Evangelho da Esposa de Cristo’, que por muito tempo é controverso, parece finalmente estar aparecendo. O papiro sugere que algumas pessoas, em tempos da antiguidade, acreditavam que Jesus era casado com Maria Madalena. Novas pesquisas sobre a tinta do papiro mostram que ele provavelmente é autêntico, garantem os especialistas, e alguns outros documentos encontrados podem dar luz sobre a origem do fragmento valioso.
O debate sobre a credibilidade do evangelho começou quando o professor de Harvard, Karen King, relatou ter encontrado o papiro, em 2012. Escrito em copto (uma língua egípcia), o pedaço de pergaminho contem uma linha que diz, de forma traduzida: “Jesus disse a eles, ‘Minha esposa'” e também se refere a ‘Maria’. Possivelmente Maria Madalena.
King inicialmente atribuiu o papiro ao século 4, dizendo que ele poderia ser uma cópia do evangelho escrito no segundo século, em grego. Análises realizadas no último ano, e publicadas no ‘Harvard Theological Review”, sugerem que o papiro tem aproximadamente 1200 anos de idade (algo entre o sexto e nono século), já que a tinta é de um tipo que possivelmente foi criado nessa época. Essas descobertas levaram King a apoiar a veracidade do documento. Alguns estudiosos, no entanto, chegaram no ano passado à conclusão de que o papiro pode se tratar de uma falsificação moderna. King, no entanto, não se mostrou disposto a admitir isso. Novas pesquisas sobre a tinta do documento são esperadas para sanar dúvidas sobre a veracidade.
O atual dono do papiro insiste em se manter anônimo, dizendo que comprou o evangelho junto com outros textos em copto no ano de 1999, de um homem chamado Hans-Ulrich Laukamp. Essa pessoa, por sua vez, conseguiu o documento em Potsdam, na Alemanha, em 1963.
Laukamp morrem em 2002, e a declaração de que ele algum dia possuiu as inscrições é amplamente debatida. Rene Ernest, o homem incumbido por Laukamp e sua esposa Helga para representar sua propriedade, disse que Laukamp não tinha interesse em antiquidades, não colecionava, e vivia em Berlim, na Alemanha Ocidental, em 1963. Potsdam ficavam no lado oriental, e por isso o homem dificilmente conseguiria atravessar o muro de Berlim para conseguir o documento. Um sócio de negócios de Laukamp, Axel Herzsprung, disse que o rapaz nunca teve interesse em antiquidades, e que nunca possuiu um papiro.
Nos últimos meses, novos documentos encontrados não apenas reconstroem a vida de Laukamp, mas providenciam uma nova maneira de checar a história do anônimo.
Em artigo de 2014 do ‘Harvard Theological Review’, King diz que o possuidor do papiro lhe concedem uma ‘fotocópia de um contrato de venda de ‘6 fragmentos de papiro em copto’ de Hans-Ulrich Laukamp, datado de 12 de novembro de 1999, e assinado por ambas partes. O contrato também afirma que o vendedor adquiriu os papiros em Potsdam no ano de 1963.
Pesquisando em bases de dados públicos, um repórter do portal americano ‘LiveScience’ descobriu sete assinaturas de Laukamp entre os anos de 1997 e 2001. Essas assinaturas podem ser comparadas com aquela do contrato – podendo oferecer outra maneira de verificar a autenticidade da história.
Alguns estudiosos, no entanto, seguem acreditando que a escrita utilizada no papiro é muito semelhante a textos modernos, principalmente na quebra entre as frases, como um texto de 1924. King, no entanto, discorda dessa conclusão.
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