Algas primitivas são encontradas em calota de gelo nos Andes

Algas microscópicas submersas em uma calota de gelo de uma montanha tropical estão ajudando os pesquisadores a entender melhor como o ambiente se apresentava mais de um milênio atrás.

Encontrar diatomáceas – algas unicelulares – em uma calota de gelo no alto dos Andes (no Peru) foi uma surpresa para os pesquisadores, que originalmente estavam destinados a examinar amostras de gelo por eventuais teores de carbono. Esta é a primeira vez que os investigadores descobrem diatomáceas em gelo glacial a partir de uma região tropical, diz um estudo sobre a descoberta.

As diatomáceas, que têm uma fracção da espessura do cabelo humano, tipicamente podem ser encontradas onde quer que haja água. Algumas são generalistas, exigindo apenas água, enquanto outras são mais exigentes, vivendo exclusivamente em água salgada ou doce, ou prosperando apenas quando os níveis de certos nutrientes, como nitrogênio e fósforo, têm níveis determinados. Independentemente de onde estão, os organismos estão geralmente na parte inferior da cadeia alimentar de seu habitat.

Diatomáceas já haviam sido encontradas em geleiras na Groenlândia e Antártida, além de outras regiões alpinas e polares, disse a autora principal Sherilyn Fritz, professora de geociências na Universidade do Nebraska. Fritz diz que as diatomáceas em geleiras da Groenlândia chegaram por lá trancadas em partículas de poeira na América do Norte, e viajaram para a Groenlândia na energia eólica, como parte do sistema que envolve a circulação de poeira global.

Em contraste, a nova pesquisa sugere que as diatomáceas encontradas nos Andes tiveram um trajeto muito mais curto, disse Fritz ao portal americano ‘LiveScience’. Os investigadores pensam que estas diatomáceas provavelmente originaram-se em um dos muitos lagos de alta altitude ou de áreas de água doce próximas, já que as Brachysira vitera e Aulacoseira alpigena (encontradas nesta ocasião) são específicas desses habitats. O topo de montanhas normalmente é ventoso – o que pode ter feito com que as diatomáceas fossem arrastadas pelo vento e levadas até o topo da montanha gelada.

Um estudo sobre a descoberta foi publicado em maio na revista Artic, Antartic and Alpine Research.

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segunda-feira, 11 de abril de 2016